sexta-feira, 10 de julho de 2009

A Gárgula - Andrew Davidson


O belo e atormentado narrador de A Gárgula conduz numa estrada sinuosa quando é ofuscado pelo que parecia ser uma saraivada de setas. Despenha-se numa ravina e acorda numa unidade de queimados, sofrendo as torturas dos condenados. É agora um monstro. A sua vida acabou.
Mas está apenas a começar: um dia, Marianne Engel, uma encantadora e indomável escultora de gárgulas, entra no seu quarto e revela-lhe que foram amantes na Alemanha medieval: ele, um mercenário que sofrera terríveis queimaduras; ela, uma freira escriba no famoso mosteiro de Engelthal, onde lhe prestara cuidados de enfermagem.
À medida que se desenrola a sua história, qual Scherazade, e relata outras histórias igualmente fantásticas de amor imortal no Japão, Islândia, Itália e Inglaterra, o narrador é devolvido à vida e, por fim, ao amor.
A Gárgula é um romance extraordinário que levará o leitor numa metamórfica e original viagem. Fá-lo-á acreditar no amor, em milagres e na rendição.
O mais extraordinário romance de estreia da última década: uma fascinante história de amor sobre o poder libertador do sofrimento, que transcende os limites do nosso tempo e espaço.
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A história gira à volta de duas personagens: o narrador, cujo nome nunca nos é revelado; e Marianne Engel, escultora de gárgulas.
O narrador é um jovem, bonito, actor e empresário de filmes pornográficos, viciado em álcool e drogas, que no inicio da história sofre um grave acidente de viação e que fica gravemente queimado. Assim, é internado numa unidade de queimados e onde acaba por conhecer pessoas diferentes das que se relacionava antes do acidente. Uma das pessoas é Marianne Engel, que segundo os médicos é esquizofénica e maníaco-depressivo, no entanto, ela afirma ter nascido em 1300 e que conhece o narrador deste essa época.
Ao longo do livro acompanhamos quer a recuperação do narrador, quer as histórias que Marianne lhe conta: onde cresceu, como se conheceram e viveram os dois e ainda muitas histórias trágicas de amor, com desfechos diferentes, mas todas cheias de ternura.
Achei também muito interessante a introdução do “Inferno de Dante”, pois o elemento fogo está intensamente presente ao longo do livro e historicamente, o fogo era visto como uma forma de salvação.

Certamente pessoas com “ estômagos fracos” poderão não gostar do livro, pois é um livro muito gráfico, nomeadamente no que respeita às queimaduras, aos seus tratamentos e aos castigos que no Séc. XIV eram aplicados aos mercenários que desertavam. No entanto, a imagem que nos fica do “Inferno” está muito bem conseguida em termos descritivos.

É um romance diferente, mas muito bom! Quer a história principal, quer as sub-histórias são maravilhosas e inesquecíveis para quem lê. Eu gostei particularmente da história de Sei =)
O livro agarrou-me do inicio ao fim… e afinal não é importante saber o nome do narrador nem onde se passa a história principal, mas simplesmente, que nos agarra e envolve de uma forma única.

Só posso dizer mais uma coisa:
Primeiro estranha-se, depois entranha-se!

1 comentário:

  1. Este livro já está na minha wishlist!!..
    A história atrai-me!.. E tenho grandes expectativas!!

    Agora só falta a oportunidade de o comprar!! =)

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