segunda-feira, 26 de julho de 2010
A Escrava de Córdova - Alberto S. Santos
A Escrava de Córdova segue a vida de Ouroana, uma jovem cristã em demanda pela liberdade e pelo seu lugar especial no mundo. Confrontada com as adversidades do tempo em que lhe foi concedido viver, e em nome do coração, a jovem terá de questionar a educação, as convicções e a fé que sempre orientaram a sua existência. Será, por entre a efervescência das mesquitas e o recato das igrejas graníticas da sua terra, que a revelação por que tanto almeja a iluminará.
Uma história inolvidável de busca de felicidade que tem lugar nos séculos X-XI, numa época pouco tratada pela Historiografia oficial e mesmo pela ficção romanceada. Um pretexto para uma brilhante explicação sobre o caldo cultural e civilizacional celto-muçulmano dos actuais povos peninsulares e uma profunda explanação sobre as origens, fundamentos e consequências da conflituosidade étnico-religiosa que hoje, tal como no distante ano 1000, ainda grassa no mundo.
Alberto S. Santos, com rigor histórico e descrições impressivas, revela-nos a mentalidade, a geografia, o quotidiano urbano, as concepções religiosas, a fremente História do dobrar do primeiro milénio, e, sobretudo, a intensidade com que se vivia na terra onde, mais tarde, nasceram Espanha e Portugal. Dá-nos ainda a conhecer o ângulo mais brilhante, mas também o mais duro e cruel, da civilização muçulmana do al-Andalus.
Prefaciado por José Rodrigues dos Santos e com revisão científica do arabista Rui Santos e do escritor Adalberto Alves, especialista em cultura árabe.
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"A Escrava de Córdova" foi uma compra foi por impulso, a capa chamou-me a atenção, li a sinopse e com o preço especial, decidi arriscar sem saber mais nada sobre o livro.
Um livro que tem como pano de fundo a Península Ibérica durante o primeiro milénio, onde acompanhamos a vida de Ouroana, uma jovem cristã que esteve cativa em terras árabes, onde temos descrições detalhadas sobre o modo de vida árabe. Temos também contacto com o povo judeu, através de uma personagem muito interessante - Ben Jacob - que Ermígio (um amigo de Ouroana que se sente culpado pelo seu rapto) conhece.
Ao ler-se o livro tem-se noção que o autor fez um excelente trabalho de pesquisa, pois para além de um mapa, temos um glossário, um esquema cronológico e inúmeras notas de rodapé.
Quanto à civilização árabe, era sem dúvida muita avançada, pois possuíam fortes conhecimentos de Medicina, Engenharia, Cultura e até mesmo sobre os cuidados de beleza e do corpo.
Também a forma como o romance surgiu no livro, e apesar de ser previsível o futuro envolvimento entre as duas personagens, o amor foi surgindo normalmente. Só gostava que o final tivesse sido outro, pois preferia um fim mais romântico para Ouroana.
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