domingo, 8 de agosto de 2010

O Guardião de Livros - Cristina Norton



Uma escrava muda conta um segredo guardado durante 200 anos; um escravo apaixona-se por quem não deve; uma carioca leva um português a descobrir as delícias do sexo; um cientista judeu a quem são confiados dois livros raros naufraga nas ilhas Malvinas. Estas são algumas das personagens deste romance, que nos narra a vida de Luís Joaquim dos Santos Marrocos, um bibliotecário hipocondríaco que, em 1811, atravessa o Atlântico rumo ao Brasil acompanhado por 76 caixotes cujo conteúdo era verdadeiramente precioso: no seu interior seguia a Real Biblioteca do Palácio de Ajuda, inicialmente esquecida no cais de Belém aquando da saída apressada da Corte portuguesa para o Brasil em 1808. A chegada ao Rio de Janeiro não foi fácil para Marrocos ao deparar-se com uma cidade onde nada o seduzia, - nem a comida, nem os cheiros, nem o calor - e com uma corte endividada, amante de cerimónias grandiosas e grosseira nos seus costumes diários. Mas tudo mudou quando conheceu Ana de Souza Murça. A autora descreve-nos uma vida rica em acontecimentos inesperados, onde a ironia se mistura com momentos comoventes. Depois do sucesso de "O Segredo da Bastarda", Cristina Norton volta a deslumbrar-nos com o seu estilo expressivo e inovador assente numa pesquisa histórica séria. Este romance enfeitiçará e prenderá o leitor.
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Quando vi o passatempo deste livro no blog Esmiuça o Livro e como a sinopse me deixou com "a pulga atrás da orelha", resolvi participar, tendo tido a sorte de ter sido uma das felizes contempladas.

A sinopse promete-nos um segredo guardado pela escrava muda, um amor proibido de um escravo, um português que se apaixona por uma carioca e um judeu que naufraga, e são estes os ingredientes que nos levam a suspeitar de grandes aventuras e mistérios.

A história gira sobre a vida de Luís Joaquim dos Santos Marrocos, um jovem português que vive com a família - pais, irmãs e tia - em Belém. Acompanhamos o dia-a-dia de Luís, que é bibliotecário na Biblioteca do Palácio da Ajuda, e da sua família, tendo desta forma pequenos relatos sobre as invasões francesas a Portugal. É por temer a invasão francesa que a Família Real decide fugir para o Brasil, sendo que ordena que os livros que se encontram na Real Biblioteca sejam empacotados e enviados para o Brasil. E quem é designado para velar por parte desta preciosa carga? Claro que Luís Marrocos. Assim começa um relato por parte de Luís, quer sobre a viagem, quer sobre a vida no Brasil e as diferenças com Portugal.
Para além de acompanharmos a vida de Luís, quer a respeito do seu trabalho, quer na sua vida pessoal, temos ainda alguns detalhes sobre a Corte, com as coscuvilhices e jogos políticos que surgiam. O ponto principal do livro é a vida de Luís, mas apesar de serem poucos, gostei das partes em que "aparecia" a Família Real.
Um ponto menos positivo na minha opinião foi a troca de narrador em determinados capítulos. Apesar de na grande maioria os capítulos serem narrados por Luís, temos alguns cuja narração cabe à escrava muda Gracinha e ao escravo Manuel. Já não contando com os capítulos em que Luís ainda está em Lisboa e cuja história deixa de ser contada na primeira pessoa. Este foi o ponto que gostei menos, pois teria preferido que a história tivesse sido contada a uma só voz ou então um narrador externo à história.


Como curiosidade quero mencionar que Luís Marrocos existiu na realidade, sendo a sua partida para o Brasil e o seu casamento com Ana detalhes reais, basta procurarem no Google ;-)

1 comentário:

  1. Fico espantada com a quantidade de referências, "estudos" e mais referências a este livro... Comecei a lê-lo porque a tema´tica me interessava. Abandonei a leitura na página 60, depois de deparar com uma quantidade de erros sintáticos graves e ´várias incorrecções gramaticais. Não é possivel uma pessoa concentrar-se quando vê a língua portuguesa tão mal tratada. Concluo que, como ainda não li qualquer referência a este aspecto d livro, o público leitor não detectou qq das incorrecções e achou tudo muito bem. Tristemente concluo que o Ensino da nossa língua materna vai de mal a pior... a gramática existe para nos fazermos entender, como qq regra, aliás.
    E que raio de mania é esatq ue a escritora tem de separar por vírgula, um sujeito da acção que ele pratica???? lendo em diagonal, aqui na net, outras frases de outras obras dela, percebi que lhe é familiar esta técnica... Possivelmente pensará que lho é permitido. Pensará que é uma nova liberdade literária que inventou?
    Enfim, assim vão as nossas histórias, assim vai a nossa língua. Tudo é permitido, menos arrancar olhos.

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