No século XI, Rob Cole abandona com apenas onze anos a pobre e doente cidade de Londres para vaguear pela Inglaterra. Durante as suas deambulações, fazendo malabarismos e vendendo curas para os doentes, vai descobrindo a dimensão mística da sanação. E é através dessa peregrinação que descobre o seu verdadeiro dom, que o levará a converter-se em médico num mundo violento, cheio de superstições e preconceitos. Tão forte é o seu sonho que decide empreender uma insólita e perigosa viagem à Pérsia, onde estudará na prestigiada escola de Avicena. Aí dar-se-á uma transformação que modificará para sempre a sua vida e o seu destino...
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Mais um livro que faz parte da colecção Sábado e que comprei devido às boas referências. E quando surgiu a oportunidade de participar em mais uma leitura conjunta organizada pelo Fórum Estante de Livros, decidi pegar no livro mais cedo do que pensava. No entanto, devido a questões profissionais não consegui acompanhar o mesmo ritmo de leitura dos restantes participantes, mas não coloquei o livro de lado, pois é um livro magnífico.
Este livro é a história de Rob Cole, um jovem que vive com a sua família, em Londres, em pleno Século XI. Rob, que aparentemente é um jovem normal, antes da morte dos pais, descobre que tem o dom de sentir a morte. Órfão e separado dos irmãos, Rob acaba por se torna aprendiz de um barbeiro-cirurgião. Esta era uma figura, que na época, tinha bastante importância, pois para além de fazerem espectáculos de magia, prestavam alguns cuidados mais básicos de saúde às populações mais carenciadas, das localidades por onde passavam.
Rob descobre então a sua vocação e a necessidade de aprofundar os seus conhecimentos médicos. Após saber que existe uma escola de medicina na Pérsia, onde o Príncipe dos físicos lecciona – Ibn Sina, Rob torna a decisão de ingressar na escola, onde acompanhamos a sua viagem e o percurso até se tornar um físico.
É sem dúvida um livro muito rico em detalhes históricos e caracterização da época, focando-se essencialmente nas questões religiosas, jogos políticos, costumes da sociedade e claro na medicina.
Tal como no livro “A Escrava de Córdova” apesar de temporalmente “O Físico” ter um avanço de dez séculos, nota-se que a sociedade árabe está bastante mais evoluída do que a cristã, quer nas questões de higiene (banhos regulares), questões de beleza (as mulheres árabes têm por hábito depilarem-se), como nos avanços médicos. Achei particularmente interessante saber que na época já se faziam operações às cataratas, dos conhecimentos que vão tentando descobrir sobre determinadas doenças, da proibição de se dissecar cadáveres e de se julgar que o corpo humano é igual ao dos porcos.
Gostei mesmo muito da leitura, quer pela componente histórica, como também a parte das personagens. Para além de Rob, temos personagens secundárias muito interessantes e que permitem a história fluir até ao fim sem nunca o leitor perder o interesse, e sempre com um elevado grau de perigo em relação a Rob.
O único ponto menos conseguido foi a parte final do livro. Achei que poderia ter sido mais desenvolvido e que o final chegou depressa demais. Nesta última parte houve também um episódio demasiado triste e frio.
Só posso recomendar que leiam este magnífico livro!
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