My rating: 5 of 5 stars
Ao fim de 8 anos temos com Sombras da Noite Branca a conclusão da Saga das Pedras Mágicas e que põr um ponto final na história da família da feiticeira Aranwen. Uma saga, que para mim, teve altos e baixos. Não foi fácil ultrapassar aquele primeiro volume, em que a história é claramente inspirada em Sevenwaters mas a Sandra Carvalho redimiu-se com o segundo livro. No entanto, nunca achei que Edwina estivesse à altura de ser uma protagonista nesta saga, nem do poder que lhe era atribuído. Confesso que, sendo este o último livro da saga e sendo Kelda de Halvard filhos de Edwina e Edwin, que o casal me provasse que a minha opinião sobre eles estava errada, mas tal não aconteceu.
Vimos três gerações - Catelyn, Edwina e Kelda - a combater o mal, a repetição de erros e dúvidas, em que por amor à sua família tudo fizeram para alcançar a paz e sem dúvida que Kelda foi a protagonista ideal para terminar a saga. É uma personagem forte, capaz de pensar por si por própria desafiando as regras, e com sentimentos bastante reais e ainda tem a capacidade de possuir a Arte Luminosa e a Arte Obscura. Isto, apesar da sua mania irritante de estar sempre a praguejar "Com mil ratazanas... " (diversos adjectivos para a situação do momento, tal como furibundas ou furiosas ou algo assim).
Iniciamos o livro logo com um epilogo muito sangrento e cruel, pelas mãos de Halvard, mostrando-nos como efectivamente é uma personagem cruel, pervertido e sem um pingo de humanidade, convencendo-nos ainda mais que o caminho que Kelda terá que enfrentar não será de todo fácil. Halvard é a representação de um verdadeiro vilão, que nos provoca arrepios na espinha.
Para além de Kelda lutar para combater o irmão e a profecia, apercebe-se que o seu coração se encontra dividido entre Lysander e Sigarr, criando assim um interessante triângulo amoroso. Temos por um lado, Lysander, que no livro anterior foi uma desilusão para mim mas que neste mostra o seu valor e capaz de lutar pelo amor de Kelda. E do outro lado, Sigarr, o Mestre da Arte Obscura, o culpado das desgraças da família de Kelda mas que já nos tinha mostrado um lado mais humano, e a evolução da sua relação com Kelda é muito intensa. Este triângulo suscitou-me algumas dúvidas sobre qual seria o "escolhido" mas Sandra Carvalho escolheu a melhor opção para a personagem. *Spoiler Alert* No entanto gostaria que Sigarr tivesse tido um final mais feliz e decisivo, pois tornou-se, para mim, numa personagem muito querida. *Fim Spoiler*
Sandra carvalho criou um excelente final para a saga, conseguindo fechar um ciclo sem questões em aberto. Com uma escrita fluída, bom ritmo de acção e excelentes descrições que nos permite, a nós leitores, visualizar as cenas.
Também as personagens são bem construídas, e para além de Kelda, Sigarr e Halvard, tenho também que referir Erebus que continuou a surpreender-me; bem como Iris e o seu destino que tanto me agradou. Aquém, ficaram mesmo Edwin e Edwina que me pareceram muito "deixa andar" (se calhar pode ser só mesmo embirração minha) e esperava mais apoio e poder da parte deles.
Uma nota que poderá ser acrescentada, ou em futuras edições, ou até mesmo estar disponível no site da Sandra Carvalho ou da Editorial Presença para impressão, é uma árvore genealógica das famílias porque senti-me algumas vezes perdidas sobre quem era quem e qual o seu parentesco.
Vou considerar este livro nos seguintes desafios (além do Reading Challenge):
Ler em Português
TBR Pile Reading Challenge 2014
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