segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Doida Não e Não!: Manuela Gonzaga


Doida Não e Não
Título: Doida Não e Não!
Autor: Manuela Gonzaga
Editora: Bertrand Editora
Classificação: 5 Estrelas

Ficha do Goodreads aqui

Em primeiro lugar, este livro captou a minha atenção por ser da mesma autora de Xerazade - A Última Noite (um livro que quero muito ler pois tenho visto boas opiniões), depois pelo o título e por último pela sua sinopse.

Maria Adelaide Coelho da Cunha, filha e herdeira do fundador do jornal "Diário de Notícias", casada com o escritor e administrador do mesmo jornal, Alfredo da Cunha.
Maria Adelaide é uma mulher rica, de sociedade e que está sempre presente em eventos culturais e sociais. Até que começa a mudar de atitudes e um dia, desaparece. Posteriormente, descobre-se que Maria Adelaide fugiu com o seu antigo motorista, que tem praticamente metade da sua idade. Marido e filho, acabam então por alegar que Maria Adelaide não está no seu perfeito juízo e acaba internada no manicómio, o Conde Ferreira, no Porto. Com as acusações e defesas de ambos a fazerem-se nos jornais, através do poder da palavra escrita.
Gostei bastante do livro. A história de Maria Adelaide, que desconhecia, é extremamente interessante, quer pelo amor entre Maria Adelaide e Manuel Claro, mas principalmente pelos contornos que envolvem a alegada perturbação mental. É  impressionante como era fácil internar uma pessoa num manicómio, sendo apenas necessário dois atestados médicos.
Interessante também é Maria Adelaide tem sido diagnosticada por grandes alienistas, entre os quais Júlio de Matos e Egas Moniz.
Um excelente trabalho de pesquisa por parte de Manuela Gonzaga, que se nota pela quantidade de notas de rodapé que encontramos no final de cada parte, que resultou num magnífico registo bibliográfico. De referir ainda a linguagem usada, a autora teve o cuidado de manter o tipo de escrita da época, o que no início nos pode causar um pouco de confusão pois parecem erros ortográficos.
A história desta fantástica mulher, que desafiou os preconceitos sociais, que lutou pela sua liberdade, pela verdade é acima de tudo pelo amor.
Gostaria de poder recomendar este livro a todos mas percebo que bibliografias não são do agrado de todos os leitores, por serem leituras mais descritivas. Mas é, sem dúvida, uma leitura bastante interessante.

A história de Maria Adelaide já foi retratada, no início dos anos 90, em filme - Solo de Violino.

4 comentários:

  1. Olá, Tita,
    Parece-me um bom livro. Já me apercebi de relatos deste género em filmes ou séries, em que internar uma mulher era tão fácil (somos umas "histéricas", nós), mas gostava de ler mesmo algo sobre estes casos. Fico com a dica ;D

    beijinhos e boas leituras

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    1. Olá Su!
      Fiquei impressionada pela facilidade de uma pessoa ser internada. E não só mulheres por, tal como referes, serem consideradas "umas histéricas", mas também homens.
      Acho que é um livro que vale a pena ser lido =)
      Beijinhos

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  2. Olá Tita
    Não conhecia esta realidade, vou ver se consigo ler :)
    Beijinhos

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    1. Olá Sara,
      Eu fiquei tão admirada por ser tão fácil meter uma pessoa num manicómio.
      Se o leres, depois diz o que achaste ;)
      Beijinhos

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