segunda-feira, 22 de março de 2021

[Opinião] A Dança das Estrelas de Emma Donoghue

 

A Dança das Estrelas
Título: A Dança das Estrelas
Autor: Emma Donoghue
Editora: Porto Editora
Classificação: 5 Estrelas

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Assim que li a sinopse deste livro fiquei logo interessada, afinal de contas, adoro romances históricos e tendo esta história, como pano de fundo, a Influenza, ainda mais curiosa fiquei.
Antes de começar a falar do livro, tenho de falar da capa. Eu sei que há edições estrangeiras com esta mesma imagem, mas, para mim que tenho pavor a pássaros é muito assustadora. A sério! Tive de usar a minha capa de livros, a que costumo usar quando leio fora de casa para proteger os livros, mas, neste caso, para esconder os passarões enormes da capa. Causa-me arrepios! Há outras edições estrangeiras, cuja capa é um relógio e, para mim, tinha funcionado muito melhor, até porque o relógio está totalmente relacionado com a história.
Estamos em Dublin, no ano de 1918, e onde uma gripe desconhecida tem colocado as pessoas em quarentena. Julia Power é enfermeira e trabalha num hospital, sobrelotado e com falta de pessoal. Sendo que Julia está a gerir uma pequena enfermaria, onde grávida com a gripe são internadas. Com a falta de pessoal, Julie acaba por ter a ajuda de Bridie Sweeney, uma jovem voluntária, e também se cruza com a Dra. Kathleen Lynn, que é procurada pela polícia por ser uma líder revolucionária do Sinn Féin.
Durante três dias vamos acompanhando o trabalho e a luta de Julia, com todas as dificuldades que tem que enfrentar. Não só os problemas de saúde das suas pacientes, mas também preconceitos de terceiros.
Acho que é impossível não fazermos o paralelismo com a actual pandemia. Hospitais lotados, falta de médicos, mas também ver o quanto as mentalidades médicas e científicas evoluíram. Não só na necessidade do uso de máscara, mas, acima de tudo, em procedimentos e prescrições médicas, neste caso concreto, para mulheres grávidas.
Apesar de a narrativa decorrer apenas durante três dias, a acção vai decorrendo lentamente, mas as descrições de Emma Donoghue são tão vívidas que sentimos que estamos presentes naquela enfermaria! E temos as personagens, confinadas, num pequeno espaço e onde o clima de tensão é quase permanente, devido a todas as incógnitas da gripe e dos próprios partos. E as personagens, tão bem caracterizadas que se tornam reais.
Um aspecto que pode dificultar a leitura a algumas pessoas é a ausência de capítulos, estando o livro, unicamente dividido em quatros partes – vermelho, castanho, azul e preto – as quatro cores que caracterizam a evolução da Cianose, a falta de oxigenação do sangue.
Para vos aguçar ainda mais a curiosidade, digo-vos que Dra. Kathleen Lynn é uma personagem real 😉
Uma história absolutamente incrível, crua e dura, mas tão real!


Livro lido para os projectos #Marçoleiturasnofeminino e #Lermulheres2021

Nota: Este livro foi-me disponibilizado pela editora, em troca de uma opinião honesta.

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