quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Frankenstein - Mary Shelley
Frankenstein conta a história de Victor Frankenstein, um jovem estudante, que a partir de corpos de seres humanos que obtinha em cemitérios e hospitais consegue dar vida a um monstro que se revolta contra a sua triste condição e persegue o seu criador até à morte.
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Quando ouvia falar de Frankenstein, associava sempre a ideia de um monstro verde, grande, horrível e assassino, mas a história é muito mais do que isso. Sendo, o maior erro que normalmente se faz é julgarmos que Frankenstein é o Monstro, quando na verdade é o nome do seu criador, e curiosamente o Monstro não tem nome, sendo referido ao longo do livro como Criatura ou Monstro.
O livro começa com cartas escritas por Robert Walton à sua irmã, que lhe conta a sua tentativa de alcançar o Pólo Norte, e o seu encontro com um homem fragilizado – Vitor Frankenstein. É nesta altura que temos outra história dentro da história – a vida de Vitor e da sua criação.
Vitor é um jovem estudante que partiu para a Alemanha a fim de completar os estudos, após a morte da sua mãe. Lá, decide criar uma criatura com pedaços de cadáveres, no entanto, quando acaba a sua “obra” apercebe-se da monstruosidade da criatura e acaba por abandonar a criatura. O Monstro vê-se assim rejeitado pelo seu próprio criador e acaba por fugir, mas na sua fuga, cada vez que tem contacto com seres humanos, acaba por ser rejeitado pelo seu aspecto físico, sem verem a sua bondade. Assim, o Monstro começa a ganhar sentidos de ódio e acaba por perseguir o seu criador. (Não me vou alongar mais na história, para não criar spoilers)
É uma história actual, no sentido em que todos nós ou julgamos ou somos julgados, apenas pela nossa aparência, como somos ou excluímos alguém pelo seu físico, o que sentimos ou o que essa pessoa sente? Essa é a visão que nos é mostrada pelo Monstro, que a única coisa que procura é ser aceite e ser amado pelos outros, mas é repudiado pelos outros devido ao seu aspecto. Quantas vezes as pessoas que são repudiadas pelo seu aspecto, apesar de terem bom coração, não se tornam vingativas?
A Criatura é-nos apresentada como um ser humano, com sentimentos, e cuja sua luta para ser aceite e amado, nos faz ter pena dela. Apesar de termos as duas perspectivas da história: o criador e a sua criação.
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