sexta-feira, 26 de junho de 2020

[Opinião] Raparigas Como Nós de Helena Magalhães


Raparigas Como Nós

Título: Raparigas Como Nós
Autor: Helena Magalhães
Editora: Planeta
Classificação: 3 Estrelas

Ficha do Goodreads aqui
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Desde que o livro foi publicado que tinha muito curiosidade em ler o livro mas, também, algum receio já que não sou das maiores apreciadoras de romance romântico. No entanto, foram inúmeras as opiniões positivas, e algumas bem próximas de mim.
Conhecemos Isabel, que no Verão de 2004 de 17 anos e conhece Afonso, pelo qual se apaixona. Vamos depois conhecer também a Isabel de 14 anos e a sua história com Simão.
Sempre vi vários comentários que diziam que se tinham identificado imenso com Isabel e que tinham recordado a sua adolescência e, esse foi um dos aspectos que não funcionou comigo. Não me identifiquei nem com a Isabel, nem com este tipo de adolescência.
Acho que há também alguma falta de rigor das idades e nas referências a 1999 e 2004.
Em Setembro de 2004, se a Isabel está a fazer melhoria de notas das disciplinas do 12º ano, e se faz anos no Verão (é referido na parte dos 14 anos mas se nunca especificar directamente), teria então já 18 anos. E parece-me pouco irreal que não haja nenhuma menção aos 18 anos, já que para um adolescente é uma altura marcante. Tal como a carta de condução. E são muitos poucas e fugazes estas referências.
Para mim, um adolescente está sempre ansiosamente à espera dos 18 anos, quando se torna maior de idade e pode finalmente tirar a carta de condução.
Também aquela sensação de "voltar" aos 14 anos, uma vez mais, para mim, não fez sentido. Lembro-me de quando era adolescente queria era ser mais velha e não pensava no meu passado, nem sequer nas minhas paixões.
E ainda nos 14 anos, 9° ano e é referido que apenas a Isabel tem mamas. Como assim, só a Isabel? As miúdas da linha, pelos vistos, são diferentes das miúdas da margem sul, já que, tanto eu como as minhas colegas tínhamos mamas. Eu sei que comecei muito cedo, logo no início do 6° ano mas depois, entre o 7° e o 8° anos, as minhas colegas também começaram a ter mamas, por isso, achei mesmo muito mas muito estranho este comentário. 
E ainda nesta altura, que deveria ter sido nesta altura que os pais de Isabel se divorciaram (e do novo casamento do pai) mas não há qualquer referência. Uma vez mais, parece-me muito estranho e muito irrealista esta "omissão" do passado da Isabel. Sei por experiência própria do impacto que a separação/divórcio dos pais tem num filho. Ainda hoje, tantos anos depois, sei que "guardo dentro de mim" muito do que o aconteceu e, partilhava alguma coisa com amigas mais chegadas. O que não acontece neste livro, ficando apenas no ar, uma ou outra referência ao divórcio mas já em 2004/2005.

Como pontos positivos, adorei as várias referências musicais que vamos tendo ao longo da história.
A escrita foi outro dos pontos fortes do livro. Confesso que, inicialmente, achei a escrita demasiado formal e elaboradas para uma jovem de 17 anos mas, depois, com o devido contexto da personagem, acabei por compreender.


Livro lido para o meu projecto #Lusiteratura

2 comentários:

  1. Revejo-me em tudo o que escreveste.
    É um livro cheio de buracos.
    O divórcio dos pais na adolescência deixa marcas e da forma como está no livro parece que foi feito apenas para dar conteúdo. A minha opinião é ainda mais reforçada pela incongruência das datas e das idades da Isabel e do filho (ou filhos, já não me lembro) do pai.
    A vida do Simão, em apenas 2/3 anos, tem demasiadas reviravoltas. Acontecem demasiadas coisas em poucos anos.
    Realmente, essa da idade da Isabel escapou-me. Tens razão, ela ali já devia ter 18 anos.
    Sim, também não me fez muito sentido, aos 18, querer voltar aos 15. Numa idade em que tanta coisa nova acontece, em que queres é ser mais velha, porque é que queres ir outra vez lá atrás?
    Beijinhos

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    Respostas
    1. Na altura vi a tua opinião e, agora depois de ter lido o livro, concordo contigo.
      Sim, a idade dos gémeos do pai também não batem certas. Oh sim, a vida do Simão também concordo.
      Mesmo! quem é que tem 18 anos e quer ser mais nova??
      Enfim, tenho pena mas realmente acho que falta consistência ao livro.
      Beijinhos

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